
O Google como termômetro ainda
No primeiro semestre deste ano, a palavra mais buscada pelos brasileiros no Google não foi “vaga de emprego”, nem “como empreender”, nem mesmo “inteligência artificial” ou “carreira em alta” — foi “ansiedade”. Isso, por si só, já diz muito sobre o estado emocional do profissional brasileiro, que vive sob uma avalanche de cobranças, expectativas e incertezas, tentando dar conta de tudo sem perceber que a mente está gritando por socorro. Quando você está ansioso, sua produtividade despenca, sua clareza se dissolve e suas decisões tendem a ser reativas, impulsivas ou simplesmente travadas.
A Sobrecarga emocional
Na mentoria de carreira, vejo cada vez mais profissionais competentes sendo impedidos de crescer não pela falta de técnica, mas pela sobrecarga emocional que ninguém ensinou a lidar. A ansiedade virou uma espécie de inimiga íntima da evolução profissional, ela mina a autoconfiança, contamina o networking, boicota entrevistas, bloqueia apresentações e, o pior, cria uma sensação de urgência constante, onde tudo parece urgente demais para respirar, refletir ou priorizar com inteligência. A busca por performance, reconhecimento ou segurança virou uma corrida sem linha de chegada, e isso tem um preço alto demais.
Se você se identifica com esse cenário, talvez esteja na hora de enxergar a ansiedade não como uma fraqueza, mas como um sinal legítimo de que algo no seu ritmo, na sua rotina ou nas suas escolhas precisa mudar. É comum ver pessoas com currículos impecáveis, mas com autoestima em ruínas, presas numa rotina onde não há espaço para descanso de verdade, nem para aprendizado profundo, nem para prazer genuíno nas conquistas. A ansiedade, nesses casos, não é o problema principal, mas o sintoma de um modelo de sucesso que está nos adoecendo em silêncio.

Por isso, quem quer crescer de forma sustentável precisa incluir a gestão emocional na sua trilha de desenvolvimento, não adianta acumular certificações se você não consegue lidar com um feedback negativo sem desmoronar, nem faz sentido liderar uma equipe se você está constantemente exausto, irritado ou ausente. Ter clareza dos seus limites, aprender a desacelerar, praticar a presença e reconhecer os gatilhos emocionais é tão estratégico quanto dominar uma linguagem de programação ou técnicas de negociação. É isso que diferencia profissionais maduros dos apenas técnicos.
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Empresas estão cada vez mais atentas a esse ponto, afinal, colaboradores emocionalmente instáveis podem até entregar no curto prazo, mas dificilmente constroem legados. A nova liderança exige equilíbrio, autopercepção e capacidade de manter a calma mesmo sob pressão, e quem desenvolver essas competências passa a ser visto como alguém confiável, centrado e preparado para novos desafios. O cuidado com a saúde mental deixou de ser opcional, virou diferencial competitivo. E quem negligencia isso pode estar comprometendo não só a carreira, mas a própria vida.
Então, se hoje você se sente ansioso o tempo todo, veja isso como uma oportunidade de reavaliar seus rumos, de buscar apoio, de redesenhar sua agenda com mais intencionalidade. Aprender a equilibrar ambição com autocuidado é uma das habilidades mais urgentes deste século. O futuro não pertence a quem corre mais, mas a quem consegue sustentar o ritmo certo por mais tempo, com lucidez, inteligência emocional e coragem para dizer “não” ao que não faz sentido. Porque não existe sucesso real se ele vem custando sua saúde todos os dias.
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